O Tempo não pára
Posted: sexta-feira, 16 de julho de 2010 by Thulio23 in Marcadores: álcool, geração beat, Mimimi, PitiO que uma pessoa comum faria em uma fila quilométrica de banco, na qual você sabe que vai demorar pelo menos uns 50 minutos para você finalmente ser atendido? Normalmente ela jogaria um daqueles joguinhos ridiculos de celular, ou falaria no telefone, incomodando todo mundo a sua volta, ou simplesmente colocaria um fone de ouvido e começaria a curtir uma música, mas comigo foi diferente outro dia.
Comecei a observar bem a fila preferencial do banco e reparei que, cada vez mais, as pessoas chegam mais longe na idade, e isso me incomodou de uma maneira que eu não imaginava que aconteceria.
Será que eles chegaram nessa idade de uma maneira agradável? Será que eles aproveitaram seus 80 e todos anos de vida? Será que eles viveram a vida justamente para a longevidade?
Eu não sei o que teria acontecido na vida de todos aqueles senhores e senhoras ali, mas eu sei o que eu vou querer para a minha, e o que eu gostaria que todos pessassem igual.
Concordo que devemos dosar os nossos excessos, manter uma vida, de certa maneira, saudável, para conquistarmos uma velhice plena e longa, mas até que ponto deveremos viver sobre essa ditadura auto-imposta?
Tenho como exemplos meus dois avós paternos. Minha avó nunca fumou um cigarro, bebe e bebia muito raramente, e drogas então, nem falar sobre isso ela fala. Já meu avô, ia tomar a pinguinha dele no buteco da esquina todo dia, não largava o seu maço de cigarro, e sobre drogas ilícitas e sexo abusivo, bom, ele nunca me falou desse assunto, mas tenho quase certeza que ele tinha uma certa atração por essas coisas. Enfim, dois opostos, totalmente diferentes, que envelheceram, mudaram seus costumes e estão vivos ate hoje, os dois entre 60 e 70 anos.
Minha avó hoje tem depressão, sídrome do pânico, entre outros problemas psicológicos que mudaram completamente sua personalidade e fez dela praticamente uma hipocondríaca. Vive sozinha, se distanciou das suas amigas, e hoje em dia os únicos amigos que ela tem são a tia dela e o seu amigo/caso/seiláoque. Mas tem poucos problemas físicos, apesar dela não acreditar.
Já o meu avô quase morreu algumas vezes. Tem problemas no coração, diabéte, problema na bacia (quase não anda direito), foi obrigado a parar de fumar, de beber e de fazer tudo o que adorava antigamente. Mas mesmo assim, ele se casou de novo com uma mulher muito legal, vive viajando com ela, arruma tudo o que tem de problema em casa, e praticamente não precisa tomar nenhum remédio. Ele até hoje conta histórias da sua época, e vive sempre com um sorriso no rosto apesar de tudo.
Com certeza a minha avó vai viver muito mais, mas a que custo?
Depois de pensar muito a respeito eu cheguei a conclusão de que, não adianta viver para a longevidade, nós devemos apenas viver, aproveitando ao máximo. Não se sabe se quando sair na rua você será atropelado, e seus planos de viver para sempre acabarão. Isso parece cliché, ou alguma frase saída do filme "Sociedade dos poetas mortos", mas não deixa de ser verdade.
Mas quando digo "aproveite a vida" quero dizer aproveite mesmo, faça tudo o que der vontade (mesmo). Saia, viaje, beba, fume, divirta-se, seja o que sempre quis ser, por que não sabemos o dia de amanhã. Prefiro ter uma vida mais curta e bem aproveitada, do que uma vida longa mas cheia de monotonia e arrependimentos.
Quem sabe um dia, você terá seus 60 anos, aí vai virar para o seu neto e falar "preciso contar pra você o que eu fazia na minha época..."
Lágrimas másculas Thulio!!!! =')
E tá certo mesmo, de que adianta se preservar se, de uma hora para outra, alguma merda acontece e você pode acabar entrevado numa cama pro resto da vida???
Por isso mesmo que concordo plenamente com o que foi dito! E quando vai ser a próxima cervejada??