Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 4

Posted: quinta-feira, 28 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Quarta 28/10/2010

Acordei nesse dia um pouco mais tarde, mesmo tendo um passeio pela manhã, não estava com saco nem ânimo para acordar cedo, então deixei esse passeio de lado, e depois descobri que eu não era o único. Chegando na piscina encontrei o Renatão, Maradona, Paiva, Belin e mais algumas pessoas. Como eu acordei muito tarde, o café da manhã já tinha acabado, então preferi segurar até a hora do almoço.
Ficamos um tempo zuando na piscina e na mesa de sinuca. Foi muito relaxante, porque não tinha quase ninguém além da gente no hotel, por isso tinhamos o espaço só para nós. Entre cigarros e tacadas, haviam as lembraças dos outros dias, e ainda alguns planos, afinal tinhamos passado apenas metade da semana lá, muita coisa poderia acontecer.
Quando o pessoal chegou, todos se espalharam para o almoço, mas alguns de nós se reuniram para irmos juntos almoçar. Eu, Costela, Dóda, Bambam, Belin, Maradona (e mais alguns) decidimos ir até uma pousada perto do Náutico, que servia um almoço legal. Chegamos, pegamos umas mesas na parte aberta, que tinha um jardinzinho, e sentamos esperando a comida. Que eu me lembre, até hoje, foi o almoço mais agrádavel que eu tive até hoje, porque, apesar da demora de uma hora e meia para chegar a comida, o lugar estava muito confortável, todos estavam conversando juntos, rindo juntos e apenas sobre besteiras, esquecendo tudo o que pertencia a São Paulo, vivendo o momento. Muitos cigarros depois, chegou o nosso almoço, que estava uma delícia (não sei se a espera fez isso, ou se realmente estava bom).
Quando era umas 15:30, todos foram para o meu quarto, o 134. Sentamos na salinha do quarto, ligamos o ar condicionado, e ficamos falando o que já tinha acontecido lá. Depois de muito tempo batendo as cinzas do cigarro no chão, alguém disse:
-Caralho hein, num tem nenhum cinzeiro nessa porra?!?! - Não lembro quem era, mas pelo palavreado "fino", deveria ser o Costela.
Na mesma hora o Bam levantou, foi até o jardinzinho do lado de fora do quarto, pegou uma pedra, voltou e colocou no chão dizendo:
-Tá aí, pode bater as cinzas ae!!
Todo mundo começou a dar risada daquela insanidade, mas mesmo achando ridículo, a pedra acabou virando o cinzeiro.
Muita merda falada depois, o pessoal dispersou, mas eu estava tão cansado que acabei caindo no sono ali mesmo, e fui acordar só as 19:00.
Quando me levantei e sai do quarto, o corredor estava um caos. Era menina correndo atrás de bermuda, os meninos indo atrás de saia, e foi aí que eu entendi o que acontecia, era a festa do contrário. Na mesma hora fui até o quarto da Vivi e perguntei:
-Alguém aí tem alguma roupa que sirva em mim?!
A Vivi deu risada, e falou:
-Bom, as minhas são sem chance!!
Aí a Ana falou:
-Espera ae que eu vou ver se tem alguma coisa minha aqui.
Enquanto ela procurava, eu fui na mala da Rafa ver se achava alguma coisa, afinal, ela era a maiorzinha que eu conhecia. Acabei achando um shorts verde, daqueles que só se usa para ir a praia, mas pra mim tava lindo!! Depois que vesti aquele shorts, a Ana me chamou. Ela tinha encontrado uma camiseta dela que esticava, e muito, então servia em mim. O mais difícil eu tinha arranjado, agora era a hora do fácil. Peguei alguns adornos da Ana, meu Crocs colorido, baixei meu moicano, coloquei o maço no bolso do shortinho, e pronto, era uma gorda com cara de safada quase perfeita!!. Quase porque ainda faltava alguma coisa, e a Litza fez o favor de acrescentar, me fazendo uma maquiagem carregada. Agora sim, não era só uma gorda com cara de safada, era uma gorda com cara de puta mesmo.
Antes da janta ainda ficamos bebendo e zuando no corredor. Juro por tudo que em 5 minutos, e em 10 metros percorridos, vi a Rafa pegando uns 3 muleques. Esta festa acabou sendo a desculpa perfeita para as meninas chegarem nos meninos, e foi o que aconteceu. Por incrível que pareça, a festa mais fácil de se pegar alguem em Porto era a festa do contrário!! Todas elas estavam atiçadas, e quanto mais gay o menino estava, mais elas achavam engraçado e queriam pegar.
Na hora da janta foi um festival de fotos, e todo mundo comendo bem para as duas baladas da noite. Depois da janta sobrou um tempinho para beber, e foi isso que fomos fazer. Quando tava todo mundo meio alegre, era a hora de ir para o Axé Moi curtir a festa. No caminho começou a chover e o que mais se ouvia das "meninas" era
-Ai minha maquiagem, ai meu cabelo, vo fica toda zuada!
Me lembro claramente de no meio do caminho o Brunão começar a gritar:
-Eu sou muito puta puta puta puta...
E nisso todos os meninos vestidos de mulher começaram a cantar no couro. Todos estavam dando risada demais. No Axé Moi foi pegação e brincadeiras de todos os lados. Lembro de ver a Ana completamente bebada no ombro do Jão, dos meninos dançando axé de uma maneira ridicula, do Tamborrino parecendo e muito uma menina, enfim, tudo aquilo que esperamos dessa viagem. Ficamos no Axé Moi até as 11:00, depois voltamos para o hotel para nos desmontarmos.
No hotel, eu fui direto para o quarto da Vivi, devolver as roupas da Ana, mas ela não estava, só a Vivi mesmo. Comecei a conversar com ela, para ver se ela estava tranquila, e percebi que ela estava bem melhor, e que já até pensava em ficar com um menino. Fiquei feliz por ela, e enquanto estávamos conversando, entrou a ana e se jogou na cama. Ela começou a falar que nenhum menino chegou nela, que ela não conseguia pegar ninguém, e eu só ficava pensando "puta que pariu, eu pegava!!". Mesmo ela não sendo muito gata, a gente tava em Porto, e eu tava aguentando qualquer merda. Depois disso tudo ela tira a samba canção e a camiseta que ela estava e joga em mim falando:
-Devolve isso pro Casquel!!
Eu olhei pra Vivi, e só no olhar ela entendeu o que eu pensei, que era: "ela vai tira a roupa mesmo?". Ela virou de barriga pra cima, abaixou a calcinha, tirou um bolo de papel que ela tinha colocado pra fingir que era uma rola e jogou em cima de mim de novo falando:
-Isso também é dele!!
Por respeito a ela, que estava bebada, e a Vivi que é amiga dela, eu tentei não ver na hora, mas também não posso dizer que não vi nada. Fora que o bolo de papel quase caiu na minha cara.
Bom, depois dessa sessão bizarrice, eu devolvi todas as roupas e fui tomar outro banho para ir para a Transilvania, a segunda balada do dia. Enquanto alguns terminavam de se trocar e tomar banho, o Costela chegou, totalmente embreagado. Foi a primeira vez que eu o vi daquele jeito, e foi muito engraçado. Não lembro de tudo o que ele fez, mas lembro que ele mostro a rola para a Rafa, ligou para a "reposição" (recepção), tomou alguns tombos, entre outras coisas. Foi por isso que ele acabou sendo o Batman do quarto dia.
Com todos prontos, pegamos o Onibus para a Transilvania. Provavelmente a balada mais foda, a entrada era estilo "noites do terror" do Playcenter. Entramos e fomos para a pista de dança de eletronico. Cara, uma das cenas mais engraçadas da minha vida foi ver uma menina chegando no Porto e perguntando se ele queria ficar com a amiga dela, uma gordinha zuadassa, e ele respondeu que não dando muita risada, muita mesmo. Foi uma mancada enorme, mas todo mundo deu risada na hora. Outra cena engraçada foi ver o Moreira pegando a Lasanha com ela no colo, dançando, no meio da balada, mas com ele em pé!! Foi estranho demais, e acabou até criando a "Dança do Moreira". Depois que saímos de lá, fomos para a pista de black e funk. Eu pirei com os blacks, pois sempre gostei de algumas daquelas músicas. Em um momento o Belin veio dançar comigo, mas só depois fiquei sabendo que ele tava dançando sozinho, encarando uma menina muito gata, e ela dando mole pra ele, mas depois ele olhou para mim e achou uma melhor idéia ir dançar comigo. Depois de um tempo, começaram os Funks, e eu vi o Brunão me chamando pro lado de fora da pista. Ele me disse que não tava muito bem, que estava com um pouco de tontura, e pediu para eu ficar ali com ele. O Dóda e a Vivi chegaram depois, e me ajudaram a acudir ele. Aos poucos a respiração dele foi ficando mais forte e ofegante, e ele começou a ficar mais tonto. Perguntei se ele queria ir para o ponto de apoio, e ele disse com muita dificuldade que sim, então eu apoiei de um lado, e a Vivi do outro, para leva-lo para lá. Depois de uns passos, ele parou, e quase desmaiou. Quando ele ia cair eu gritei:
-Vivi, solta ele!!
Ela o soltou e eu já o levantei. Nos momentos de desespero arranjamos forças de todos os lados para isso, e eu fui carregando ele até o ponto de apoio, enquanto ele ia piorando, e tussindo muito. Quando chegamos no ponto de apoio, os monitores perguntaram se ele tinha usado algumas droga ou bebido, e nós respondemos que não, e realmente naquele dia ele tinha ficado de boa. Eles disseram que ele teria que ser levado até o hospital, e que só um de nós poderia ir com ele. Eu iria, mas a Vivi pediu muito para ela ir, e com receio eu deixei. Até hoje não sei porque deixei ela ir com ele, mas acabou sendo o certo.
O resto da balada para mim foi uma merda, não conseguia curtir e só me preocupava e tentava ligar para eles, mas nada de atenderem o cel. Acabou que lá para as 3:00 da manhã eu e o Bam fomos embora. No hotel, sentamos nas mesas do bar da piscina, esperando eles chegarem. Quando era umas 3:30 da manhã ele chega apoiado na Vivi, com cara de cansaço, e foi aí que eu soube o que aconteceu.
No caminho, o Brunão sofreu uma parada respiratória, e ninguém sabia o que fazer. Ele não reagia, e nem respirava, foi aí que no desespero, a Vivi socou o peito dele, e ele voltou a respirar. Ele acabou conseguindo chegar vivo até o hospital de um dos hotéis, e lá o médico deu um anti-alérgico para ele. Até hoje não se sabe a causa daquilo, mas lembro daquele dia como um dos mais tensos da minha vida.
Depois de conversarmos mais um pouco e ouvirmos das pegações da festa do contrário, todos resolveram ir para os quartos descansar.
Depois de um dia tenso desses, durmir era ótimo!!
Ainda estava só na metade da viagem, e muita coisa iria acontecer...

Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 3

Posted: quarta-feira, 27 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Terça 27/10/2009
No dia seguinte consegui acordar um pouco mais tarde, já devia ser umas 9:30, dei uma boa descansada da loucura do dia anterior. Como eu não durmi no meu quarto, fui direto para lá escovar os dentes, usar o meu banheiro, ver o estado do lugar, enfim, o normal.
Chegando lá vi uma zona, mas nada que as empregadas do hotel não pudessem arrumar, mas aí eu cheguei mais perto do Bam, que dormiu no sofá-cama, e reparei uma coisa, ele tinha feito uma pequena poça de gorfo do lado da cama, mas não era algo comum, era preto!! O cara gorfou preto!! Depois disso, a festa do dia anterior acabou ficando conhecida como a festa do pudim preto.
Enfim, escovei os dentes, lavei o rosto, me troquei e fui direto para o café da manhã porque eu tava varado de fome. Já tinham algumas pessoas na piscina e outras ainda tomando café. Me servi e sentei junto com alguns amigos, e ficamos ouvindo histórias do dia anterior, e entre elas uma que chamou a atenção.
Não me lembro se foi no primeiro ou no segundo dia, mas lembro que o Buguno, o Belin e o Doda estavam muito bebados e invadiram a sacada de um quarto. Estavam lá zuando, fazendo mó zona (pensando que era a sacada de um amigo nosso, o Marcel), e gritando que nem uns loucos, até que um cara lá de dentro fala:
-Ow, se quiserem pegar as cadeiras podem pegar, mas num faz barulho não, a gente ta querendo durmir.
O Bruno muito louco respondeu:
-Fica de boa ae Marcel!!!
Eles continuaram a zona, aí o cara pediu para fazer silencio de novo, aí o Bruno soltou uma frase que acabou virando um hino da federal em Porto:
-Ae Marcel, RELAXA QUE É NÓIS!!!
Foi aí que o Doda e o Belin percaberam que não era a sacada do Marcel, aí então eles pegaram as cadeiras e sairam dali antes de dar merda.
Todo mundo acabou sabendo disso, e o "RELAXA QUE É NÓIS" acabou virando o nosso grito oficial.
Enfim, depois de um café da manhã ótimo, todos nós caímos na piscina, e entre brincadeiras e músicas, chega o Amiza extremamente bebado (as 10:30 da manhã), e pula na piscina de roupa e tudo. Todo o hotel caiu a risada com a situação do cidadão. Logo depois foi a vez do Bam aparecer perto da piscina com a mesma roupa do dia anterior, com a máscara do Batman e falando:
-Caralho mano, eu apaguei ontem, não lembro de nada, e acordei assim e com a máscara, que foda!!! - ele gritou enquanto dançava o axé que saia do megafone.
Ficamos um tempo lá, até a hora do churrasco com pagode no Bahamares. Lá para as 11:30 a gente pegou o onibus para lá. No caminho a alegria era grande, e cantavamos as músicas de Porto até ficarmos roucos.
Chegando no Bahamares, todos pegamos a comida e nos sentamos juntos para comer. Estava chovendo bastante, então ficava dificil de se acomodar longe da chuva, mas mesmo assim o pagode rolava solto. Depois que todos nós terminamos, ficamos curtindo as músicas, debaixo da maior chuva e cantando alto, foi aí que a chuva deu uma trégua, e o sol apareceu um pouco. Nessa hora todo mundo foi para a praia, aproveitar um pouco o tempo. Me surpriendi quando eu vi a Vivi lá, que tinha pavor de mar, e mesmo assim ela foi lá para a praia. Estava todo mundo alegre, e quando o Amiza reapareceu ainda bebado, nó rimos mais ainda. Quando ele deitou na areia, alguem teve a genial idéia de enterra-lo lá, e no estado em que ele estava, ele topava tudo. Aquela situação tava tão engraçada, mas tão engraçada, que o pessoal que nem conhecia a gente queria tirar foto com ele. Um pouco depois ele se levantou, foi em direção uma das garotas que ele pegou no dia anterior, sentou do lado dela e começou a beija-la, todo sujo mesmo, e depois, começou a dedar ela, no meio de todo mundo!!
Depois de muita zuera, a chuva voltou a cair, e a gente foi aproveitar o resto de tempo que nos sobrou. Estavam todos cantando e dançando debaixo de chuva, foi aí que alguem gritou:
-Ih, foi mal, a minha é federal!!
O pessoal da GV começou a fazer seus gritos também. A brincadeira foi ganhando força, até que estava o pessoal inteiro da Federal em frente a o da GV fazendo gritos. Derrepente, o Buguno, Doda e Bam começaram a gritar:
-Seu pai é rico, ainda bem, paga sua escola e a minha também!!
Quando todo mundo pensava que ia rolar briga, as duas turmas se juntaram e começaram a gritar, todos juntos. Dali até o Onibus foram gritos de todo mundo que estava no Náutico, todos juntos.
No hotel, todo mundo foi correndo tomar banho para a micareta do Jammil, mas nós ficamos vagando no hotel, ficando entre a piscina, sauna, jacuzzi, e por aí vai, até que alguém teve a genial idéia de irmos na praia. Porque não?! Tinhamos tempo de sobra mesmo.
Na praia, a diversão era sair correndo pra entrar no mar, porque como a praia era de tombo, o idiota que entrasse correndo caia de cara na areia, por isso mesmo que a gente não só decidiu fazer isso, como também apostar corrida desse jeito. Depois de horas na praia fazendo idiotices, a gente voltou para o hotel para jantar e se preparar para a balada no bahamares de noite.
Depois de jantar e banho tomado, cada um foi para um lado, e eu fiquei no meu quarto. A Vivi entrou e queria conversar comigo. Ela estava triste, pois estava em Porto Seguro e não conseguia sentir atração em ninguém ali para ficar, além dela não ser o tipo de menina de apenas ficar com alguém que ela nem conhece. Tentei ajuda-la, falar que ela não precisa se preocupar com isso, que não só em Porto, mas também em São Paulo, ela acabaria achando alguem que compartilhasse das mesmas vontades e idéias que ela. Muita conversa rolou, até que o Bam entrou muito bebado, e falou que passou na AFA. Naquela hora, eu e a Vivi presenciamos uma das cenas mais bizarras das nossas vida. Não conseguiria nem descrever exatamente o que aconteceu e como ele estava, mas foi muito engraçado.
Depois de muita conversa, decidi dar uma volta pelo hotel, e mais uma vez vi todos os meus amigos bebados, e um em particular me chamou a atenção, o Dóda. Normalmente, mesmo bebado, o Dóda é um cara quieto, tranquilo, mas nesse dia ele estava totalmente alterado. Na hora em que o vi eu pensei: "Ele vai dar PT hoje". Dessa vez não resisti, tomei ulguns absintos e 10 segundos, mas nada demais, fiquei apenas um pouco alegre.
Depois de tudo fomos para a balada. Não era das melhores, mas aproveitamos bastante, dançamos muito, e demos muita risada com as "gatas" que o Buguno tava pegando. Algum tempo depois, eu encontrei a Lari e a gente decidiu ir embora (já era umas 3:00 da manhã). Antes de ir tentamos encontrar o Dóda, mas não conseguiamos nem fodendo, então imaginamos que ele ja deveria estar há muito tempo no hotel.
Quando chegamos, nós fomos direto para o quarto dele, e era lá mesmo que ele estava. Tinha dado PT, e foi direto pro hotel. A gente conversou um pouco, com o Dóda desmaiado na cama, foi aí que eu tive a idéia de tirar a foto dele com a máscara do Batman. Depois de conseguir, deixei ela lá para dormir com ele e fui para o meu quarto.
O dia seguinte seria muito movimentado...

Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 2

Posted: terça-feira, 26 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Segunda 26/10/2009
Acordei umas 6:30 da manhã ouvindo "Palm da ziquinha, vamo acordando". Eu estava com uma pequena ressaca, a noite anterior tinha sido tensa.
Na cama que eu dormi só tinha eu mesmo, na de casal do lado, o Bruno e o Salame. Quando cheguei na salinha do meu quarto, começo a dar risada. O Bam tava no sofá, todo encolhido, e o Dóda e o Belin dividindo a cama de solteiro, um virado para o pé do outro. Não sei o porque de tanto aperto, tinha uma vaga na cama que eu tava, e eu não tinha gorfado lá nem nada, mas enfim, garantiram a cura da minha ressaca.
Lavei o rosto, escovei os dentes, me troquei e fui para o restaurante do hotel tomar um café antes do passeio obrigatório do dia. Iriamos a "Ilha do Sol", uma ilhazinha onde tinha um mangue, o lago de lama e umas lojas de bebidas e doces.
No café encontrei todo mundo com uma cara de cansaço, alguns não tinham nem levantado ainda. Encontrei a Vivi e perguntei por que ela não tinha ido na balada. Segundo ela, a amiga dela, a Ana, tinha ficado ruim, e ela acabou levando-a para a enfermaria.
Depois de muita conversa e todo mundo pronto, o onibus partiu para o pequeno porto em que pegariamos a escuna. Lá, a galera superava o sono e o cansaço com muitas músicas, brincadeiras, fotos e etc. Eu apenas aproveitava para curtir a brisa e relaxar.
Quando chegamos no lugar, fomos direto a uma loja que vendia alguns doces e bebidas. Cada nome de bebida melhor que o outro: Menstruação, xixi de virgem, xereca da índia (esse particularmente era muito bom!), enfim, aquela criatividade que só baiano tem né. Provamos alguns doces, algumas bebidas, e depois foi a hora do banho de lama. Eu não estava com muita vontade de ir naquela lama fedida, então fiquei de fora. Alguns amigos meus preferiram não ir também, então ficamos circulando pelo lugar.
Eu, a Vivi, o Paiva e mais uma galera, ficamos descansando em umas redes que haviam em baixo de uma espécie de "Quiosque" que tinha ali do lado. Choveu um pouco naquele dia, mas nada que mudasse o nosso humor, então decidimos ficar ali embaixo mesmo, só conversando sobre o dia anterior e ouvindo aquele barulho, que apesar de desanimador, era muito gostoso.
Acabei pegando no sono, e sonhei com aquilo mesmo, eu e meus amigos curtindo tudo sem preocupação de vestibular, ou provas, ou trabalhos, só em quem pegar, o que beber e quais baladas iriamos. Acordei com a Cahhh falando:
-Thulio, a gente já tem que ir.
Levantei e fui encontrar todo mundo tentando escapar da chuvinha que caia. Enquanto isso, tocava alguns axés no som do lugar, e entre danças e risos com o Boça fazendo cara de dançarino de axé, eu reparava no corpo de algumas amigas minhas, que estava de biquini. Era impossível segurar os comentários sobre os peitos da Litza, ou a bunda da Tets. Enfim, depois de um bom tempo seguimos viagem.
Novamente no caminho, várias fotos e brincadeiras, enquanto as meninas (principalmente a Vivi) reclamavam do cabelo, do vento e etc.
A escuna aportou em outra ilhazinha que tinha um restaurante, um piscina, algumas redes entre outras coisas. Todos decidiram tomar um banho de piscina antes do almoço, então fomos todos para la. É incrível como um bando de adolescentes estão sempre ignorando a situação, porque mesmo com o tempo um pouco fechado e a piscina estando muito suja, todos entramos nela e nos divertimos demais. Aos poucos alguns foram saindo por causa da fome, então sai também e fui buscar meu almoço.
Eu tentava racionar a grana um pouco, pra sobrar para a bebida, então almocei pouco e tomei um refri. Depois ainda ficamos conversando na mesa por um tempo, até que todos ficaram com sono e foram pras redes. Como eu já tinha dormido um pouco fiquei apenas deitado fumando.
Lá para as 16:00 fomos embora, voltando para o hotel. Naquele dia não teria balada porque teria a micareta, e como nenhum de nós iriamos, decidimos fazer a nossa própria festa.
Depois de gastar o resto da tarde jogando um fut, sinuca, zuando na piscina e na jacuzzi, fomos tomar banho e jantar. Após o jantar, todos se reuniram para beber no meu quarto. Chegou ainda um pessoal que estava em outro hotel, e o Amiza, que já estava muito bebado. Tiramos a foto dele com a máscara de bataman que eu tinha levado (para cada dia, teria um), e eu dei uma saída para encontrar no Monte uma "amiga" minha, amiga essa que eu tinha alguns interesses em especial. Deixei meu quarto enquanto a galera começava a beber.
Chegando no Monte, encontrei ela e mais uns amigos dela na porta. Com a chuva ficamos apenas conversando, até que eles me chamaram para conhecer o quarto deles. Com um pouco de receio, eu entrei no hotel deles e fui até lá. Depois de um tempo, convidei-os para ir comigo até o meu hotel para a gente beber com a galera, e eles toparam.
Debaixo de muita chuva chegamos na venda da esquina do Náutico, e derrepente surgiu o Costela, e eu perguntei:
-E aí Costela, como tão as coisas lá?
-Mano, os caras já beberam TUDO, teu quarto ta muita zona, o Augusto derramo Vodka no chão, ta tudo zuado, e a gente veio compra mais bebida e cigarro.
-Como é mano?!?! Eu só fiquei fora MEIA HORA!! Eles beberam minha jaggenmeister também?!?!!?
-Ahh velho, acho que sim!!
Eu e a galera tentamos entrar no hotel, mas eles acabaram barrados, então me despedi deles, da minha amiga e fui ver o resultado da zona. Quando entrei a minha surpresa era que não tava tão ruim quanto eu imaginava, mas estava mesmo zuado. Na cama tinha algumas pessoas e eu perguntei da minha jaggenmeister, mas ninguem sabia de nada. Quando fui na sacada, o Dóda e a Lari tavam se pegando, e a minha reação foi do tipo "Caralho, ta tudo cagado!!". Fui no saguão para ver se alguem sabia de alguma coisa, mas ninguem sabia, então voltei para o quarto, foi quando o Costela me chamo de canto e me deu minha jaggenmeister dizendo
-Esconde essa merda senão acabam com ela também.
Eu guardei na minha sacola e fui para o quarto da Vivi para conviver com alguem sóbrio para variar. Lá estavam ela, a Ana, o Porto, o Renatão e o Fanta. Fiquei um pouco lá relembrando tudo o que aconteceu na federal, bom ou ruim.
O relógio ainda marcava 21:00 horas, e a micareta ia ser só as 23:30. Fui dar mais umas voltas para encontrar o pessoal. Alguns estavam muito loucos, outros pegando umas minas, outros sumidos, e o Dóda tinha subido pro quarto do Costela com a Lari. O Amiza rodava pelo hotel com a máscara do batman pegando todas as minas que apareciam na frente dele, enquanto o resto dos meninos aproveitavam a onda e faziam o mesmo, mas sem a máscara.
Comecei a ficar nervoso, pois eu era um dos únicos sóbrios da turma, e mesmo que quisesse eu não iria conseguir beber, eu ainda estava me recuperando do dia anterior. Resolvi voltar pro quarto da Vivi, e lá eu fiquei por um bom tempo.
Quando sai de novo, o Vinni me chamou e disse:
-Cara, alguém entrou no meu quarto, reviro e zuo tudo, e ainda matou todas as minhas bebidas!! Você sabe de alguem?!
-Nem mano, se eu souber eu te falo, pode deixar - disse eu dando risada da situação.
Daqui a pouco encontro o Bruno e ele me fala:
-Mano, você num sabe, eu o Preto e o Maradona entramo no quarto do Vinni e reviramo tudo, aí eu ainda vi umas garrafa de vodka e eu e o Preto matamo elas, agora ele ta puto tentando descobrir quem foi - disse ele quase se mijando de dar risada.
Eu não aguentei e comecei a dar muita risada da situação caótica que eu me encontrava também. Voltei ao meu quarto e tinham alguns mortos la, entre eles o Brunão, que dormiu na minha cama com um cigarro na mão, provavelmente procurando esqueiro, que ninguém tinha no hotel inteiro. Perguntei pro Maradona, um dos poucos sóbrios:
-Ow, onde ta o Paiva e o Fil?
-Tão no quarto deles, os dois deram PT, e pelo jeito foi feio o negócio.
-Vou lá ver então - eu disse, já imaginando a situação dos dois.
Quando cheguei lá, o quarto estava todo escuro, e o chão grudando. Iluminei com o celular e vi umas das coisas mais horríveis e engraçadas ao mesmo tempo: O quarto tinha gorfo para todo o lado. No banheiro, a pia estava até a borda, de vomito; o vaso sanitario tinha gorfo em todos os lugares, menos onde deveria; quando não tinha mais onde, eles gorfaram dentro do box do banheiro; quando lá também não dava, ele resolveram gorfar no chão do quarto inteiro. O único lugar limpo que tinha era a cama que o Paiva estava deitado, porque a do Fil também já tinha dançado. Tirei várias fotos daquilo e mostrei para os poucos que ainda sobreviviam.
Algumas horas se passaram até a volta da micareta, e enquanto isso, alguns dos meus amigos estavam espalhados pelo hotel, acabou sobrando apenas eu, o Maradona e o Claudinei. Ainda dei uma passada no quarto que o Dóda estava a mais de 3 horas com Lari, e chamei ele. Ele saiu só de shorts, sem cueca, com a bunda aparecendo, e um sorriso de canto a canto do rosto, e eu contei tudo o que tinha acontecido. Ele, daquela maneira Dóda de ser falou:
-Caralho mano, que merda - mas sem tirar o sorriso.
Eu olhei para ele e disse:
-Mano, volta lá vai, curti seu momento.
Ele entrou e eu sai dando risada. No fim, sentei na área da piscina com o Maradona e com o Claudinei, até que chegou o Costela, que tinha passado umas horas com uma menina. Depois de um tempo lá, o Bam aparece perguntando:
-Thulioooo, aonde ta o Gudang!! - extremamente louco
-Ta lá no cofre mano, pega la!!
-Beleza, ta com a chave ae?!
Eu dei a chave pra ele, e ele foi. O Maradona me falou:
-Quer apostar quanto que ele vai capota lá e não volta?!
Eu dei uma tragada no cigarro e disse:
-Nada!! Eu tenho certeza que ele vai ficar por lá.
Em meio a algumas risadas e a galera voltando da micareta, a gente decidiu ir dormir. Fui para o quarto que o Dóda e a Lari tinha passado a noite, que era o único que tinha lugar, tirei os lençóis e apaguei por ali mesmo, já as 3:30 da manhã.
Esse dia ainda renderia muita história...

Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 1

Posted: segunda-feira, 25 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Domingo, dia 25/10/2009
Acordei com apenas uma coisa na cabeça, e apenas ela mesmo: Porto Seguro. Era hoje, a viagem que eu esperava a mais de 2 anos, que tinha tantas certezas e incertezas, que parecia tão longe, finalmente chegou, era o dia.
Não consiguia pensar em nada além daquilo. Não tinha fome nem vontade de ir ao banheiro, apenas a ansiedade que tinha mudado a contagem de dias, em horas.
A tarde demorava a passar, e tudo o que eu fazia era andar de um lado a outro da casa e checar a mala para ver se estava tudo ok mesmo. Todas as roupas, perfumes, camisinhas, toalhas e o mais importante: as bebidas. Uma garrafa de jaggenmeister e uma de Absolut Ruby Red, reservadas apenas para aquela semana.
Finalmente a hora de ir para o aeroporto chegava, e eu fui tomar um banho. Naquele momento muita coisa me passava na cabeça, mas em determinado momento esqueci tudo. Estava tocando "Don't Stop me Now!" do Queen no meu celular, e então, naquela hora, comecei a cantar a música com toda a intensidade que ela merecia.
No carro ia olhando pra fora pensando "Por que ainda estou tão calmo?! Nem parece que é aquilo tudo o que eu esperei!". Quando estava entrando no aeroporto encontro ela, a Vivi, nos abraçamos bem forte e derrepente a minha ficha caiu, chegou a hora.
Meu coração batia mais e mais forte. Quando cheguei no saguão para o Check-In encontrei todo mundo, e foi aí que bateu aquela alegria, a sensanção de que tudo seria perfeito.
Pais tirando fotos, a loucura alheia, a tranquilidade de sempre do Dóda, o sorriso de sempre do Belin, o amor do Caio e da Cahhh, tudo como deveria ser.
Na hora de entrar na sala de embarque, a despedida dos nossos Pais era como uma carta de alforria, que chegava na hora certa. A espera era longa, então gastávamos o nosso tempo assistindo o jogo do São Paulo na TV, tirando fotos, e até bebendo (sim, já!).
Próximo as 18:00 horas entramos no avião, o que pra mim tinha um motivo a mais de ansiedade, porque eu nunca tinha viajado de avão. Foi tudo tranquilo, mais fotos, brincadeiras, músicas e etc.
Quando chegamos em Porto, a primeira coisa que fiz foi me ajoelhar e beijar o chão, e entendi o que poderia significar aquele gesto. Daí foi só pegar as malas, ir para o Onibus e chegar ao Hotel.
Náutico era o nome do lugar, uma espécie de prolongamento distante da Federal. Chegando lá, olho para o Costela e ele está com um cigarro na boca, aceso, no meio do saguão do Hotel, e eu pergunto:
-Tá louco Costela?!
E ele me responde:
-Maaaaano, aqui é a Bahia, num tem lei anti-fumo não!!!
Na mesma hora peguei meu cigarro, dei um para o Brunão, e acendi pensando:
-Esse lugar é o Paraíso!!
Enquanto todos subiam para a reunião, eu e o Brunão fomos ao campo apagado, só nós dois, nos abraçamos e falamos:
-Essa viagem vai ser do caralho!!!
Depois de uma rápida partida de sinuca, subimos também.
Na reunião foram apenas as recomendações de sempre: Nada de dar trabalho, nada de drogas, cuidado com as chaves do quarto e do cofre, aproveitem a viagem e etc...
Formamos os quartos e fomos tomar banho e nos trocar para a balada que nos aguardava: Alcatraz. Após o jantar e todos prontos, começaram as atividades.
O Fil abriu a sua garrafa de tequila e eu as duas que eu trouxe. Bebi tequila pura, tequila com vodka, tequila com jaggenmeister, os tres juntos, enfim, bebi de tudo.
Estavamos todos no meu quarto, o 134, comemorando a chegada no melhor estilo federal, bebendo e fumando muito. Derrepente o Bambam surge e diz:
-Maaaaanoooo tem uma barraca la na rua que vende absinto e um barato muito bom que chama dez segundos!!! vamo lá!!
Não deixaria uma chance dessas passar, fui cambaleando até lá, e de cara virei um shot de absinto. Pensei: "Chega!! Tá bom senão você nem entra no busão!!". Não adiantou, bebi o tal dos dez segundos, uma mistura de vodka, martini e licor de menta, que se deve beber num canudinho enquanto um baiano grita:
-Vai, vai, vaaaaiii!!!!
Loucura total, ainda bebi o resto de uma batida que alguém me deu.
Fomos todos para a fila, passamos pelo palm da Ziquinha, e entramos no busão. O grito era:
-Porto todo dia, axé, cachaça e putaria!!!!
Nada definiria melhor.
Chegando la, fomos pra pista de funk ou eletronico, nem lembro, só sei que dançamos um pouco e saimos. Quando eu reparei, tinha perdido meu zippo, mas logo achei na pista de dança.
Uma mina me pediu o esqueiro, era uma gorda zuada, mas tinha amigas gostosas. Ela perguntou meu nome, e com dificuldade, eu disse. Elas me conheciam da comunidade de Porto, e chamaram eu e o Salame pra senta e conversa com elas. Quando vi, o Salame pego uma delas, quando vi eu tomei um toco de uma loira maravilhosa, quando vi, eu tava sozinho.
Fui pra pista de dança e achei a galera. Todo mundo muito louco, dançando, tentando pega umas mina, e eu sem condição nenhuma. Aí fiquei sabendo que a Tita tinha pegado uma galera da Federal, aí fui tentar também. Toco!!
Vergonhoso, mas não tem jeito. Aí eu sentei e vi o tempo passa. O Bruno perdendo o boné do Brunão, o Bam pegando uma mina da Federal, o Mara e o Preto dançando loucamente, e eu la zuadasso. Fui embora, num tinha mais o que fazer, tinha que ir pro meu quarto.
No busão quase gorfei várias vezes. Fui direto pro meu quarto, mas não tava mais com vontade de gorfar, então resolvi dormir. Antes fiquei procurando como um idiota o controle da TV que não tinha controle, coisa de bebado.
Tava quase dormindo quando chega o Fil e o Bruno:
-Ow, vamo la na venda compra uma coca?!
-Beleza!! - eu respondi
Levantei e fui com eles. Na hora que eu estava passando pela entrada do hotel, eu senti o gorfo na garganta. olhei pra lata de lixo, num dava, olhei pra rua e estava muito longe, daí gorfei na grama da entrada mesmo. Saí correndo pra venda, pra nenhum monitor me enxer o saco.
Depois só voltei, dei uma desculpa que eu tava com dor de barriga e fui durmir.
Eu estava morto, mas feliz.
Comecei bem a viagem...

Uma Noite de Revoltas

Posted: domingo, 26 de setembro de 2010 by Bans in
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Então galera, depois de um tempo sem postar, sentia necessidade de publicar e dividir com vocês um texto do meu amigo Bruno Garcez que eu, particularmente, achei fenomenal... Vamos a ele:

"

Quando as pessoas querem impressionar umas às outras elas se tornam tão maçantes. Fazem poses, caras, gestos, criam facetas, criam e recriam a si próprios. Vivem e morrem com a mesma freqüência com que trocam de roupas. Para no final esquecerem quem são de verdade. Quem eram no começo de sua loucura.

Gostava mais da época em que eu tinha amigos de jeitos simples, alegria meio tosca e sem muita noção. Tenho pena dos adultos que viramos. Sinto falta dos sonhos que deixamos, sinto falta do riso alegre, da inocência não tão inocente. Sinto falta da pureza já manchada, porém ainda pura. Sinto falta de quem nós éramos. Sinto medo de quem nos tornamos.

Afinal, nos tornamos apenas um reflexo de tudo que não queríamos ser lá atrás, quando os sonhos falavam mais alto, quando o pensar e o realizar eram mais próximos. Quando não havia todo aquele abismo de “e se” que agora existe. Sintam-se alegres por serem independentes. Mas PORRA! Sejam independentes! Pois não somos. Somos dependentes mais do que nunca. Somos medrosos manipulados, somos arrastados em nossos medos para que guardemos nossas ambições, nossas vontades, nossa coragem, tudo num armário qualquer, esperando que talvez haja o dia que possamos tê-los conosco novamente.

E não venham me dizer que a necessidade é prioridade e por isso desistimos de alguns sonhos. Isso é papo de gente fraca. Isso é coisa de quem já desistiu, de quem já foi arrastado pra onda de conformismo para a qual estamos constantemente sendo dragados.

Tenho SIM muitos sonhos ainda e pretendo, mesmo que demore, realizá-los todos. Não vou me conformar com uma vida simples, medíocre, fraca, sem sentido e sem sonhos. Vou, pode ter certeza, até o último dia da minha vida, sonhar, como sempre sonhei. Criar, como sempre criei, imaginar, revolucionar, abalar, acabar, despedaçar, reconstruir e refazer do MEU JEITO pois esse é o MEU MUNDO. Essa é a MINHA VIDA e ninguém vai me dizer como eu devo vivê-la. Ninguém vai colocar a mão no meu ombro e dizer “já chega”.

Afinal do que é feita essa vida mundana, senão de sonhos bobos de seres humanos desesperados por algo pelo qual valha a pena terem vivido? Se você não sonhou, você não viveu. Se você não sentiu desejo, se você nunca quis revolucionar, se você nunca quis que o mundo fosse diferente, então sinto muito lhe dizer, mas você não viveu. Você apenas existiu, e você apenas passou. Se você nunca sentiu a sensação de ter um sonho realizado, ou a sensação de ter um novo objetivo, se você nunca sentiu a vontade de correr atrás de algo e só parar de correr quando esse algo estivesse na sua mão, por mais difícil, por mais trabalhoso que fosse. Então você não sabe nada da vida."

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All the things that I've done

Posted: segunda-feira, 6 de setembro de 2010 by Thulio23 in
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Sexta-feira, eu acordo, levanto e olho pro lado e penso: "como a minha mulher é linda". Vou até a varanda e consigo ver o nascer do sol, acordei cedo demais para um feriado, acho que sei o que vou fazer, pelos velhos tempos.
Chego no barzinho que tem na sala, pego um copo com bastante gelo, sirvo meu melhor Whyski, acendo um cigarro, sento na minha poltrona e paro. Não paro apenas superficialmente, paro no tempo, e volto até 20 anos.
O melhor ano da minha vida, aquele em que não haviam responsabilidades o suficiente para se considerar adulto, mas não havia uma despreocupação tão grande para ser uma criança. As minhas preocupações? Vestibular, viagem de formatura, a grana pro rolê, quantas meninas eu iria ficar, se ia rolar sexo, se o meu pau ia subi mesmo muito louco de bebida e de outras coisas, se eu iria sair do colégio, coisas de adolescente.
Lembro daquela sala, que mais parecia com uma família, uma família que tinha os responsáveis, aqueles que estudavam para passar em medicina e no ITA, mas não deixavam de zuar; os irresponsáveis, que curtiam cada segundo sem pensar no amanhã, mas apenas no hoje, em viver a vida; os promíscuos, que só pensavam na festa e nas festinhas privês; os pseudo-alcoólatras, que estavam todo dia no bar, e não negavam uma bebida nem da mãe; os alternativos, que curtiam as músicas mais estranhas e os filmes mais desconhecidos; e os boleiros, que você nunca encontrava na sala, mas estavam sempre na quadra. Era uma família grande, e por mais diferenças que poderiam existir, vivia harmonicamente, sem rachaduras permanentes.
Lembro que na sexta-feira, era o dia, era o dia que tinha futebol, que tinha aulas ótimas, tinha sempre balada ou buteco, sempre uma sinuca, sempre uma breja. Sexta era o dia, não perdia uma, e a unica coisa que estragava era uma chuva inesperada. Gente do lado da quadra esperando sua vez com o cigarro na mão, que contradição.
Aliás, a bola era algo importante lá, criava amigáveis rivalidades, times, camisetas, gritos, campeonatos, torcedoras e torcedores, e até um mercado interno. Parecia uma UEFA de pernas-de-pau.
Aqueles dias disperdiçados no campo, apenas sentados falando merda, isso era o espírito da nossa juventude. A aula chata que acabava em rodas do lado de fora, apenas ouvindo música e fumando um cigarro, e até um baseado de vez em quando.
Lembro daquela loira, a de olhos de cigana oblíqua e dissimulada, que me entortava toda vez que me abraçava e sorria. Nunca tive coragem de dizer que ela era a mulher da minha vida, e até hoje é. Convivo com o remorço de nunca ter lhe dito "eu te amo" da maneira certa.
Quando estou quase despertando do meu transe nostalgico, lembro da viagem, aquela que marcou minha vida, da viagem em que eu descobri que a vida não é o planejamento, mas sim um eterno carpe diem. Queria lembrar detalhes da viagem, mas o alcool que ingeri lá e o tempo enfraqueceu a memória. O que me restou foi o momento emocionante que foi a volta, o momento em que viramos um só pela última vez.
Quando percebi, já tinha fumado mais de três cigarros, o Whyski acabou, e minha mulher e filhos acordavam.
A vida mudou, ganhou responsabilidades, e aqueles amigos de 20 anos atras, poucos ficaram. Uns porque foram morar fora, outros porque morreram e outros simplesmente sumiram.
Será que valeu a pena tomar outro caminho? Sou bem sucedido, amo minha mulher e filhos, não deixo de ter meus momentos de felicidade, e trabalho como eu sempre quis, mas ainda me da um aperto no coração quando lembro dessa época.
Talvez a vida tem de mudar, e os costumes também. Com quase 40 anos não posso mais pensar em sair bebado pela rua, tenho outras prioridades.
No fim, não tenho certeza alguma, só de que fiz tudo o que eu poderia ser feito, e não me arrependo das coisas que fiz, apenas das que deixei de fazer.

Sobre as noites de sexta-feira

Posted: sexta-feira, 3 de setembro de 2010 by A.balbino in
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Escrevi esse trocinho umas semanas atrás e deixei guardado no criado-mudo. Fala sobre as sextas-feiras nas quais nossos melhores amigos são as vozes saindo das caixas de som do computador.

Apesar de hoje, também sexta-feira, eu estar espiritualmente ótimo...resolvi postar.

Noites de Sexta.


As noites de sexta-feira são como estrelas.
São infinitas. Nascem. Morrem. Para sempre incontáveis.
E estão lá quer você as veja ou não.
Malditas são minhas inexistentes noites de sexta-feira...
Em plena noite de sexta, não as tenho.
Mas o mundo está todo com ela.
Nela, o mundo come, o mundo ri, o mundo bebe e bebe e diz que não agüenta.
Nela, assim, o mundo ainda bebe e nela acaba vomitando.
O mundo vive em toda noite de sexta-feira.
E em cada uma dessas que não vivo, sou o único que não existe de verdade...
Na verdade.
Essas minhas noites não são de sexta,
São um vazio entre duas manhãs.
Um vácuo temporal, no qual só se faz presente pensamentos vagos,
Goles superficiais de conhaque,
E o sonho sobre uma próxima noite de sexta-feira.

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