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Top 10: Filmes que você deveria ter visto mas não viu só porque são em preto-e-branco

Posted: sábado, 17 de julho de 2010 by Albanietzsche in Marcadores: ,
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Isso mesmo. Quantas e quantas vezes, ao recomendar um filme para alguém, pude perceber todo o interesse da pessoa se esvaindo assim que eu cito o detalhe "O filme é meio antigo, em preto-e-branco ainda...", seguido do inevitável "Ahhh... é mesmo?" com a tradicional cara de decepção.

Bem, no intento em quebrar esse preconceito, devagarzinho pra não doer, fiz esse Top 10 só com o crème de la crème da Sétima Arte, pra, quem sabe, despertar o interesse da galerë que foi obrigada a crescer somente com a programação do Cinemark. Espero que gostem. :)

10 - Jules e Jim (Uma Mulher Para Dois) (1962)
Direção: François Truffaut


Uma amarga reflexão sobre o amor num dos mais belos exemplos da Nouvelle Vague. O alemão Jules (Oskar Werner) e o francês Jim (Henri Serre), melhores amigos, se apaixonam pela mesma mulher, a estranha Catherine (Jeanne Moreau). Contado no estilo característico da época, espontâneo, despojado, e seu ritmo vertiginoso faz com que seus 105 minutos de duração passem voando.



9 - As Vinhas da Ira (1940)
Direção: John Ford

À época da recessão nos EUA, a família Joad junta seus pertences e sai em uma caminhonete caindo aos pedaços em busca de trabalho e sobrevivência, cruzando o país em direção ao oeste. Uma análise da miséria humana como poucas. Protagonizado por Henry Fonda e baseado no livro vencedor do prêmio Nobel de John Steinbeck.



8 - Se Meu Apartamento Falasse (1960)
Direção: Billy Wilder


Um baixo funcionário de uma empresa (Jack Lemmon) cede seu apartamento para que seus patrões tenham encontros amorosos, e tudo vai bem até que ele se apaixona pela amante de seu chefe (Shirley MacLaine). Um exemplo genial do que as comédias românticas podem ser quando caem em mãos talentosas. Vencedor de 5 Oscar.



7 - Morangos Silvestres (1957)
Direção: Ingmar Bergman

Um professor de medicina de uma universidade sueca (Victor Sjöström) dirige até outra cidade para receber um prêmio honorário por seus 50 anos de carreira. No caminho, relembra momentos de sua vida e reflete sobre a morte que se aproxima. É, talvez, o melhor filme sobre a velhice já produzido.



6 - Psicose (1960)
Direção: Alfred Hitchcock


O chuveiro. As facadas. A trilha sonora. Quem não conhece essa cena, parte de nosso "folclore universal"? Porém, poucos realmente assistiram o exemplar máximo do mestre do suspense, e viram um dos maiores vilões da história de Hollywood em ação (o Norman Bates de Anthony Perkins rivaliza com o Dr. Hannibal Lecter e outros sádicos mais legais que a maioria dos mocinhos).



5 - Sindicato de Ladrões (1954)
Direção: Elia Kazan


Protagonizado por Marlon Brando - motivo suficiente pra assistir até um comercial do Glade Toque de Frescor. Um ex-boxeador atrai, sem saber, um trabalhador de um cais dominado por gângsters para morte, e acaba se apaixonando pela irmã do morto. Uma parábola sobre arrependimento e oportunidades perdidas impossível de não se identificar. Vencedor de 8 Oscar.



4 - Casablanca (1942)
Direção: Michael Curtiz


Rick Blaine (Humphrey Bogart) é dono de um bar na cidade de Casablanca, no Marrocos, utilizada por refugiados de guerra como moradia temporária para conseguirem um visto de entrada na América. É com esse interesse que chega na cidade o casal Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e Victor Lazlo (Paul Henreid), sendo que Rick e Ilsa têm um caso amoroso no passado. A definição básica de "Clássico". Vencedor de 3 Oscar.



3 - 12 Homens e uma Sentença (1957)
Direção: Sidney Lumet


12 jurados se trancam numa sala para decidir o veredicto de um caso de assassinato. 11 deles tem convicção na culpa do réu. Somente um (Henry Fonda) crê na inocência. E cabe a ele convencer a todos os outros de seu ponto de vista. Passado praticamente todo dentro de uma unica sala, é o primeiro trabalho do genial Sidney Lumet.



2 - Dr. Fantástico ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba (1964)
Direção: Stanley Kubrick


Mordaz comédia de humor negro sobre a Guerra Fria, com Peter Sellers interpretando 3 papéis diferentes. Um general americano enlouquece e ordena um ataque nuclear à URSS, que, se bem sucedido, disparará a "Máquina do Juízo Final". O presidente dos estados Unidos e seus generais se reúnem na "Sala de Guerra" para tentar resolver o ocorrido. E então começamos a acompanhar uma DR por telefone entre dois presidentes (um deles bêbado), os planos para salvar os "preciosos fluidos corporais da América", um doutor com um braço mecânico que faz o cumprimento nazista involuntariamente e outros absurdos, no único trabalho de Kubrick que te fará gargalhar incontrolavelmente.



1 - Cidadão Kane (1941)
Direção: Orson Welles

Charles Foster Kane (Orson Welles também), o homem mais poderoso da América, morre em sua mansão pronunciando uma última palavra: "Rosebud". Tentando descobrir do que ela se trata, uma equipe de jornalistas começa a escavar o passado desse homem - e aí começa o que para muitos é a obra máxima do cinema. Um genial estudo de personagem, uma sucessão de belas imagens, atuações impecáveis e um desfecho que te deixará refletindo sobre seu significado durante horas, capaz de gerar discussões tão profundas quanto a Traição de Capitu em Dom Casmurro. Uma obra-prima do primeiro ao último plano. Assustadoramente, foi escrito, dirigido, produzido e estrelado por Welles quando este tinha apenas 26 anos de idade.




... e mais infinitas obras-primas produzidas antes das cores.

Clicando nos links, vocês serão direcionados para o perfil dos filmes no site do IMDb (Intrenet Movie Database), o maior fórum de cinema da internet, com informações completas sobre eles. O site em um Top #250 Movies of All Time, baseado nos votos dos leitores e, enquanto fazia a postagem, percebi que, dentre os filmes que eu citei, o único não presente na lista é Jules e Jim. Ufa, pelo jeito fiz uma seleção ao menos digna.

:D

Absolut Vodka e Spike Jonze

Posted: domingo, 25 de abril de 2010 by Albanietzsche in Marcadores:
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Comecemos com constatações: Absolut Vodka é bom, e Spike Jonze é um dos melhores e mais originais cineastas da atualidade. E quando o primeiro patrocina o segundo para este fazer um curta metragem, o resultado não poderia ser outro: o divertido e belo I'm Here.

O diretor de Onde Vivem os Monstros, Adaptação e Quero Ser John Malkovich, que aqui assina a direção e o roteiro, conta uma simples e bonitinha história de amor entre dois robôs (interpretados por Andrew Garfield e Siena Guillory) na cidade de Los Angeles. Além de uma trilha sonora que te deixa viajando por horas após os créditos finais, o curta ainda possui o mesmo (e genial) estilo visual de Onde Vivem os Monstros, com a unica diferença de que, ao invés de bichos peludos, temos robôs com cabeça de CPU interagindo e lidando com sentimentos humanos - talvez mais humanamente do que nós mesmos.


Sendo exibido pela primeira vez e aclamado pela crítica no Festival de Sundance, em janeiro, o filme agora está disponível em excelente qualidade na internet, em seu site oficial (somente em inglês).

Abaixo, o trailer:

A Estrada

Posted: sábado, 24 de abril de 2010 by Albanietzsche in Marcadores:
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Em maior ou menor intensidade, todos nós refletimos sobre a natureza humana a nosso próprio modo. Quem nunca parou para refletir se o homem é ruim ou se torna ruim, ou em algum momento se deparou com um tema semelhante a “o futuro da humanidade”?

Particularmente, acredito que a essência do indivíduo homem seja naturalmente boa, embora essa bondade se esvaneça quando reunidos em sociedade. Ao colocar sua função social acima de sua vontade particular (por conta de uma imposição quase natural), um indivíduo descarta grande parte das qualidades que nos permite classificá-lo como “um grande homem”, se tornando apenas mais um pedaço do todo podre.

Adoramos acreditar que somos livres, e o exercício de nossa liberdade regulada por certas normas de conduta conduz a sociedade naturalmente, quando na verdade passamos a maior parte de nossa existência trabalhando (exercendo, portanto, nossa função social), e somente a pequena recompensa recebida por esse “não-estragar-tudo” é que é trocada por um mínimo de prazer e entretenimento livre.

Durante esses poucos momentos de prazer, não sei se é feliz ou triste ver sua visão de mundo encenada através de uma manifestação artística; acho que é mais paradoxal ou irônico. Enfim, independentemente da classificação, foi isso o que aconteceu a pouco comigo ao assistir A Estrada, adaptação hollywoodiana do livro homônimo de Cormac McCarthy, vencedor do prêmio Pulitzer de ficção de 2007.



O filme conta a história de sobrevivência de um pai e seu filho em uma Terra pós-apocalíptica na qual a maior parte da vida foi dizimada, e os poucos humanos remanescentes organizaram-se, em sua maioria, em espécies de guerrilhas canibais. O esforço e amor entre os dois, tentando manter ao menos um pouco de sua humanidade enquanto buscam migalhas de alimentos em um mundo destruído, se contrapõe diretamente às atitudes da maioria dos demais personagens encontrados no decorrer da narrativa, que já tocaram a moral humana pelo (nesse caso, impuro) instinto animal.

Conseguindo deixar você com ar de desespero e ao mesmo tempo com um nó na garganta, o filme ainda conta com atuações primorosas de Viggo Mortensen (o Aragorn da trilogia O Senhor dos Anéis) e do garoto Kodi Smit-McPhee (Deixa Ela Entrar), no papel dos protagonistas (que, por nunca terem seus nomes revelados, assumem um caráter universal), com papéis menores de Charlize Theron (Monster – Desejo Assassino) e Robert Duvall (O Poderoso Chefão) e com uma parte técnica irretocável, destacando-se a fotografia e a direção de arte, que criam um mundo quase em tom monocromático e completamente desolado.

Assistir A Estrada certamente não é uma experiência agradável, mas a consciência de estar vendo um belo exemplar da 7ª arte e de que nosso mundo, apesar de tudo, ainda é bem mais agradável do que o retratado, faz tudo valer a pena. Recomendadíssimo.

Jorge Furtado / Porta Curtas

Posted: segunda-feira, 5 de abril de 2010 by Albanietzsche in Marcadores:
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Jorge Furtado é um dos meus cineastas favoritos. Assistir longas como "O Homem que Copiava" e "Meu tio matou um cara", que escreveu e dirigiu, ou "Lisbela e o Prisioneiro", que roteirizou, é um passatempo divertidíssimo pelos diálogos rápidos e sagazes, as excelentes narrações em off e as histórias e personagens cativantes e bem construídos.

Jorge começou sua carreira como diretor de curta-metragens nos anos 80, atingindo reconhecimento pelo maravilhoso documentário de 13 minutos "Ilha das Flores", uma crítica feroz, divertida e original sobre a situação das pessoas que vivem da comida do lixão localizado na ilha que dá nome ao projeto, no Rio Grande do Sul.

Sua filmografia nesse formato pode ser conferida nesse site, o projeto Porta Curtas, do Ministério da Cultura com apoio da Petrobrás, que torna disponível gratuitamente um amplo acervo de curta-metragens nacionais.

Links diretos para os meus favoritos do Furtado (mas, acredite, todos são dignos de uma conferida):

Agradecimentos ao hitofsummer (twitter / blog), que me apresentou ao site.

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