Ser Corintiano É...
Posted: quarta-feira, 1 de setembro de 2010 by Belin in
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Fiz esse texto na verdade pra encaixar na coluna de um outro blog de amigos meus - mas visto que a grande maioria dos colaboradores deste blog são maloqueiros e sofredores grazadeus, achei que ia encaixar bem aqui. Segue então, homenageando esses e todos os corintianos:
Ser corintiano não tem muita explicação, não. Você já deve ter cansado de ler por aí que corintiano é um estado de espírito. E sem misticismo, é verdade. É como perguntar o que é ser surfista, católico, pai, apaixonado. Mais até: ser corintiano é um pouco de tudo isso. Indefinível, mas unidos pelos traços menos superficiais. Não se explica, e não se entende. Só se sente.
Assim como não ser corintiano é torcer por dois times – o próprio e o que joga contra o Corinthians – ser corintiano é torcer duas vezes pelo Corinthians. Ao invés de ser o time que tem uma torcida, é uma torcida que tem um time. Um time cheio de folclores, personagens, polêmicas e lendas. Coisas que só os grandes têm. E o que seria do futebol sem o Corinthians? O que seria dos nossos rivais sem o Timão pra torcer contra toda semana?
Ser corintiano é ser maloqueiro (não vândalo – coisa que é subproduto de qualquer massa de torcida). É desmedir o vocabulário mesmo, xingar o árbitro, fazer batuque no busão, gritar e cornetar na janela de frente com a do vizinho do time rival quando o Corinthians marca um gol. E é um maloqueirismo democrático: independe de condição social ou econômica. O advogado é tão maloqueiro quanto o gari quando sai do tribunal. E “corintiano maloqueiro sofredor, graças a Deus” – sem constrangimento nem vergonha. É coisa de quem ama a liberdade. Conseqüências da euforia, da força do sentimento, do ímpeto; próprios somente dessa nação. Orgulho, isso sim!
Ser corintiano é ser sofredor. É ter seu clube fundado em uma esquina. É se amontoar nos coletivos junto de centenas, milhares de outros compatriotas a caminho do estádio. É, ainda que por pouco tempo agora, nem propriamente ter um estádio – mas invadi-los todos e fazer deles a própria casa, como fizemos com o Maracanã em 76. E chegando lá, é não poder ver o jogo sentado. É viver à flor da pele da pele durante 90 minutos e mais. Gritar, cantar, chorar, se decepcionar, e entrar em euforia: tudo em um abraço com milhares de desconhecidos, mas sobre quem se sabe o mais importante; que é um corintiano, fiel, e naquele momento perfeitamente espelhado em você. É acreditar até o final em uma vitória impossível – porque jogo do Corinthians é sempre assim: ou se vende a derrota caro e morremos lutando, ou se conquista a vitória na garra, no sangue, no coração; e aí, amigo, como é especial o gosto. Ser corintiano é nunca abandonar. É enfrentar um jejum de 23 anos, ver despedaçar em choro diversas vezes o sonho do título mais cobiçado, cair para a segunda divisão, e se dar conta de que, mesmo assim, é cada vez mais corintiano, cada vez mais... fiel!
Ser corintiano é isso, acima de tudo. Ser fiel. Ser apaixonado. Ser louco. Cair de joelhos, devoto, seja de alegria ou tristeza, na vitória ou na derrota. É usufruir do maior e mais belo aspecto do futebol: uma alegria incontida que transcende o esporte, que não vê a quem se joga – só o tamanho da sua entrega. E a corintiana é a maior, garanto. É ter a camisa-- não, manto do Corinthians posto pelo pai logo após o nascimento, e agradecer agora por poder dividir esse sentimento com ele. Como cantou Toquinho na mais simples e imortal verdade sobre essa nação, é ir além de ser ou não ser o primeiro. Muito além. É ter dentro de si um órgão a mais, que ninguém mais entende, e provavelmente nunca vai entender: o coração alvinegro.
Ser corintiano não tem muita explicação, não. Você já deve ter cansado de ler por aí que corintiano é um estado de espírito. E sem misticismo, é verdade. É como perguntar o que é ser surfista, católico, pai, apaixonado. Mais até: ser corintiano é um pouco de tudo isso. Indefinível, mas unidos pelos traços menos superficiais. Não se explica, e não se entende. Só se sente.
Assim como não ser corintiano é torcer por dois times – o próprio e o que joga contra o Corinthians – ser corintiano é torcer duas vezes pelo Corinthians. Ao invés de ser o time que tem uma torcida, é uma torcida que tem um time. Um time cheio de folclores, personagens, polêmicas e lendas. Coisas que só os grandes têm. E o que seria do futebol sem o Corinthians? O que seria dos nossos rivais sem o Timão pra torcer contra toda semana?
Ser corintiano é ser maloqueiro (não vândalo – coisa que é subproduto de qualquer massa de torcida). É desmedir o vocabulário mesmo, xingar o árbitro, fazer batuque no busão, gritar e cornetar na janela de frente com a do vizinho do time rival quando o Corinthians marca um gol. E é um maloqueirismo democrático: independe de condição social ou econômica. O advogado é tão maloqueiro quanto o gari quando sai do tribunal. E “corintiano maloqueiro sofredor, graças a Deus” – sem constrangimento nem vergonha. É coisa de quem ama a liberdade. Conseqüências da euforia, da força do sentimento, do ímpeto; próprios somente dessa nação. Orgulho, isso sim!
Ser corintiano é ser sofredor. É ter seu clube fundado em uma esquina. É se amontoar nos coletivos junto de centenas, milhares de outros compatriotas a caminho do estádio. É, ainda que por pouco tempo agora, nem propriamente ter um estádio – mas invadi-los todos e fazer deles a própria casa, como fizemos com o Maracanã em 76. E chegando lá, é não poder ver o jogo sentado. É viver à flor da pele da pele durante 90 minutos e mais. Gritar, cantar, chorar, se decepcionar, e entrar em euforia: tudo em um abraço com milhares de desconhecidos, mas sobre quem se sabe o mais importante; que é um corintiano, fiel, e naquele momento perfeitamente espelhado em você. É acreditar até o final em uma vitória impossível – porque jogo do Corinthians é sempre assim: ou se vende a derrota caro e morremos lutando, ou se conquista a vitória na garra, no sangue, no coração; e aí, amigo, como é especial o gosto. Ser corintiano é nunca abandonar. É enfrentar um jejum de 23 anos, ver despedaçar em choro diversas vezes o sonho do título mais cobiçado, cair para a segunda divisão, e se dar conta de que, mesmo assim, é cada vez mais corintiano, cada vez mais... fiel!
Ser corintiano é isso, acima de tudo. Ser fiel. Ser apaixonado. Ser louco. Cair de joelhos, devoto, seja de alegria ou tristeza, na vitória ou na derrota. É usufruir do maior e mais belo aspecto do futebol: uma alegria incontida que transcende o esporte, que não vê a quem se joga – só o tamanho da sua entrega. E a corintiana é a maior, garanto. É ter a camisa-- não, manto do Corinthians posto pelo pai logo após o nascimento, e agradecer agora por poder dividir esse sentimento com ele. Como cantou Toquinho na mais simples e imortal verdade sobre essa nação, é ir além de ser ou não ser o primeiro. Muito além. É ter dentro de si um órgão a mais, que ninguém mais entende, e provavelmente nunca vai entender: o coração alvinegro.