Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 2

Posted: terça-feira, 26 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Segunda 26/10/2009
Acordei umas 6:30 da manhã ouvindo "Palm da ziquinha, vamo acordando". Eu estava com uma pequena ressaca, a noite anterior tinha sido tensa.
Na cama que eu dormi só tinha eu mesmo, na de casal do lado, o Bruno e o Salame. Quando cheguei na salinha do meu quarto, começo a dar risada. O Bam tava no sofá, todo encolhido, e o Dóda e o Belin dividindo a cama de solteiro, um virado para o pé do outro. Não sei o porque de tanto aperto, tinha uma vaga na cama que eu tava, e eu não tinha gorfado lá nem nada, mas enfim, garantiram a cura da minha ressaca.
Lavei o rosto, escovei os dentes, me troquei e fui para o restaurante do hotel tomar um café antes do passeio obrigatório do dia. Iriamos a "Ilha do Sol", uma ilhazinha onde tinha um mangue, o lago de lama e umas lojas de bebidas e doces.
No café encontrei todo mundo com uma cara de cansaço, alguns não tinham nem levantado ainda. Encontrei a Vivi e perguntei por que ela não tinha ido na balada. Segundo ela, a amiga dela, a Ana, tinha ficado ruim, e ela acabou levando-a para a enfermaria.
Depois de muita conversa e todo mundo pronto, o onibus partiu para o pequeno porto em que pegariamos a escuna. Lá, a galera superava o sono e o cansaço com muitas músicas, brincadeiras, fotos e etc. Eu apenas aproveitava para curtir a brisa e relaxar.
Quando chegamos no lugar, fomos direto a uma loja que vendia alguns doces e bebidas. Cada nome de bebida melhor que o outro: Menstruação, xixi de virgem, xereca da índia (esse particularmente era muito bom!), enfim, aquela criatividade que só baiano tem né. Provamos alguns doces, algumas bebidas, e depois foi a hora do banho de lama. Eu não estava com muita vontade de ir naquela lama fedida, então fiquei de fora. Alguns amigos meus preferiram não ir também, então ficamos circulando pelo lugar.
Eu, a Vivi, o Paiva e mais uma galera, ficamos descansando em umas redes que haviam em baixo de uma espécie de "Quiosque" que tinha ali do lado. Choveu um pouco naquele dia, mas nada que mudasse o nosso humor, então decidimos ficar ali embaixo mesmo, só conversando sobre o dia anterior e ouvindo aquele barulho, que apesar de desanimador, era muito gostoso.
Acabei pegando no sono, e sonhei com aquilo mesmo, eu e meus amigos curtindo tudo sem preocupação de vestibular, ou provas, ou trabalhos, só em quem pegar, o que beber e quais baladas iriamos. Acordei com a Cahhh falando:
-Thulio, a gente já tem que ir.
Levantei e fui encontrar todo mundo tentando escapar da chuvinha que caia. Enquanto isso, tocava alguns axés no som do lugar, e entre danças e risos com o Boça fazendo cara de dançarino de axé, eu reparava no corpo de algumas amigas minhas, que estava de biquini. Era impossível segurar os comentários sobre os peitos da Litza, ou a bunda da Tets. Enfim, depois de um bom tempo seguimos viagem.
Novamente no caminho, várias fotos e brincadeiras, enquanto as meninas (principalmente a Vivi) reclamavam do cabelo, do vento e etc.
A escuna aportou em outra ilhazinha que tinha um restaurante, um piscina, algumas redes entre outras coisas. Todos decidiram tomar um banho de piscina antes do almoço, então fomos todos para la. É incrível como um bando de adolescentes estão sempre ignorando a situação, porque mesmo com o tempo um pouco fechado e a piscina estando muito suja, todos entramos nela e nos divertimos demais. Aos poucos alguns foram saindo por causa da fome, então sai também e fui buscar meu almoço.
Eu tentava racionar a grana um pouco, pra sobrar para a bebida, então almocei pouco e tomei um refri. Depois ainda ficamos conversando na mesa por um tempo, até que todos ficaram com sono e foram pras redes. Como eu já tinha dormido um pouco fiquei apenas deitado fumando.
Lá para as 16:00 fomos embora, voltando para o hotel. Naquele dia não teria balada porque teria a micareta, e como nenhum de nós iriamos, decidimos fazer a nossa própria festa.
Depois de gastar o resto da tarde jogando um fut, sinuca, zuando na piscina e na jacuzzi, fomos tomar banho e jantar. Após o jantar, todos se reuniram para beber no meu quarto. Chegou ainda um pessoal que estava em outro hotel, e o Amiza, que já estava muito bebado. Tiramos a foto dele com a máscara de bataman que eu tinha levado (para cada dia, teria um), e eu dei uma saída para encontrar no Monte uma "amiga" minha, amiga essa que eu tinha alguns interesses em especial. Deixei meu quarto enquanto a galera começava a beber.
Chegando no Monte, encontrei ela e mais uns amigos dela na porta. Com a chuva ficamos apenas conversando, até que eles me chamaram para conhecer o quarto deles. Com um pouco de receio, eu entrei no hotel deles e fui até lá. Depois de um tempo, convidei-os para ir comigo até o meu hotel para a gente beber com a galera, e eles toparam.
Debaixo de muita chuva chegamos na venda da esquina do Náutico, e derrepente surgiu o Costela, e eu perguntei:
-E aí Costela, como tão as coisas lá?
-Mano, os caras já beberam TUDO, teu quarto ta muita zona, o Augusto derramo Vodka no chão, ta tudo zuado, e a gente veio compra mais bebida e cigarro.
-Como é mano?!?! Eu só fiquei fora MEIA HORA!! Eles beberam minha jaggenmeister também?!?!!?
-Ahh velho, acho que sim!!
Eu e a galera tentamos entrar no hotel, mas eles acabaram barrados, então me despedi deles, da minha amiga e fui ver o resultado da zona. Quando entrei a minha surpresa era que não tava tão ruim quanto eu imaginava, mas estava mesmo zuado. Na cama tinha algumas pessoas e eu perguntei da minha jaggenmeister, mas ninguem sabia de nada. Quando fui na sacada, o Dóda e a Lari tavam se pegando, e a minha reação foi do tipo "Caralho, ta tudo cagado!!". Fui no saguão para ver se alguem sabia de alguma coisa, mas ninguem sabia, então voltei para o quarto, foi quando o Costela me chamo de canto e me deu minha jaggenmeister dizendo
-Esconde essa merda senão acabam com ela também.
Eu guardei na minha sacola e fui para o quarto da Vivi para conviver com alguem sóbrio para variar. Lá estavam ela, a Ana, o Porto, o Renatão e o Fanta. Fiquei um pouco lá relembrando tudo o que aconteceu na federal, bom ou ruim.
O relógio ainda marcava 21:00 horas, e a micareta ia ser só as 23:30. Fui dar mais umas voltas para encontrar o pessoal. Alguns estavam muito loucos, outros pegando umas minas, outros sumidos, e o Dóda tinha subido pro quarto do Costela com a Lari. O Amiza rodava pelo hotel com a máscara do batman pegando todas as minas que apareciam na frente dele, enquanto o resto dos meninos aproveitavam a onda e faziam o mesmo, mas sem a máscara.
Comecei a ficar nervoso, pois eu era um dos únicos sóbrios da turma, e mesmo que quisesse eu não iria conseguir beber, eu ainda estava me recuperando do dia anterior. Resolvi voltar pro quarto da Vivi, e lá eu fiquei por um bom tempo.
Quando sai de novo, o Vinni me chamou e disse:
-Cara, alguém entrou no meu quarto, reviro e zuo tudo, e ainda matou todas as minhas bebidas!! Você sabe de alguem?!
-Nem mano, se eu souber eu te falo, pode deixar - disse eu dando risada da situação.
Daqui a pouco encontro o Bruno e ele me fala:
-Mano, você num sabe, eu o Preto e o Maradona entramo no quarto do Vinni e reviramo tudo, aí eu ainda vi umas garrafa de vodka e eu e o Preto matamo elas, agora ele ta puto tentando descobrir quem foi - disse ele quase se mijando de dar risada.
Eu não aguentei e comecei a dar muita risada da situação caótica que eu me encontrava também. Voltei ao meu quarto e tinham alguns mortos la, entre eles o Brunão, que dormiu na minha cama com um cigarro na mão, provavelmente procurando esqueiro, que ninguém tinha no hotel inteiro. Perguntei pro Maradona, um dos poucos sóbrios:
-Ow, onde ta o Paiva e o Fil?
-Tão no quarto deles, os dois deram PT, e pelo jeito foi feio o negócio.
-Vou lá ver então - eu disse, já imaginando a situação dos dois.
Quando cheguei lá, o quarto estava todo escuro, e o chão grudando. Iluminei com o celular e vi umas das coisas mais horríveis e engraçadas ao mesmo tempo: O quarto tinha gorfo para todo o lado. No banheiro, a pia estava até a borda, de vomito; o vaso sanitario tinha gorfo em todos os lugares, menos onde deveria; quando não tinha mais onde, eles gorfaram dentro do box do banheiro; quando lá também não dava, ele resolveram gorfar no chão do quarto inteiro. O único lugar limpo que tinha era a cama que o Paiva estava deitado, porque a do Fil também já tinha dançado. Tirei várias fotos daquilo e mostrei para os poucos que ainda sobreviviam.
Algumas horas se passaram até a volta da micareta, e enquanto isso, alguns dos meus amigos estavam espalhados pelo hotel, acabou sobrando apenas eu, o Maradona e o Claudinei. Ainda dei uma passada no quarto que o Dóda estava a mais de 3 horas com Lari, e chamei ele. Ele saiu só de shorts, sem cueca, com a bunda aparecendo, e um sorriso de canto a canto do rosto, e eu contei tudo o que tinha acontecido. Ele, daquela maneira Dóda de ser falou:
-Caralho mano, que merda - mas sem tirar o sorriso.
Eu olhei para ele e disse:
-Mano, volta lá vai, curti seu momento.
Ele entrou e eu sai dando risada. No fim, sentei na área da piscina com o Maradona e com o Claudinei, até que chegou o Costela, que tinha passado umas horas com uma menina. Depois de um tempo lá, o Bam aparece perguntando:
-Thulioooo, aonde ta o Gudang!! - extremamente louco
-Ta lá no cofre mano, pega la!!
-Beleza, ta com a chave ae?!
Eu dei a chave pra ele, e ele foi. O Maradona me falou:
-Quer apostar quanto que ele vai capota lá e não volta?!
Eu dei uma tragada no cigarro e disse:
-Nada!! Eu tenho certeza que ele vai ficar por lá.
Em meio a algumas risadas e a galera voltando da micareta, a gente decidiu ir dormir. Fui para o quarto que o Dóda e a Lari tinha passado a noite, que era o único que tinha lugar, tirei os lençóis e apaguei por ali mesmo, já as 3:30 da manhã.
Esse dia ainda renderia muita história...

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