Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 1

Posted: segunda-feira, 25 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Domingo, dia 25/10/2009
Acordei com apenas uma coisa na cabeça, e apenas ela mesmo: Porto Seguro. Era hoje, a viagem que eu esperava a mais de 2 anos, que tinha tantas certezas e incertezas, que parecia tão longe, finalmente chegou, era o dia.
Não consiguia pensar em nada além daquilo. Não tinha fome nem vontade de ir ao banheiro, apenas a ansiedade que tinha mudado a contagem de dias, em horas.
A tarde demorava a passar, e tudo o que eu fazia era andar de um lado a outro da casa e checar a mala para ver se estava tudo ok mesmo. Todas as roupas, perfumes, camisinhas, toalhas e o mais importante: as bebidas. Uma garrafa de jaggenmeister e uma de Absolut Ruby Red, reservadas apenas para aquela semana.
Finalmente a hora de ir para o aeroporto chegava, e eu fui tomar um banho. Naquele momento muita coisa me passava na cabeça, mas em determinado momento esqueci tudo. Estava tocando "Don't Stop me Now!" do Queen no meu celular, e então, naquela hora, comecei a cantar a música com toda a intensidade que ela merecia.
No carro ia olhando pra fora pensando "Por que ainda estou tão calmo?! Nem parece que é aquilo tudo o que eu esperei!". Quando estava entrando no aeroporto encontro ela, a Vivi, nos abraçamos bem forte e derrepente a minha ficha caiu, chegou a hora.
Meu coração batia mais e mais forte. Quando cheguei no saguão para o Check-In encontrei todo mundo, e foi aí que bateu aquela alegria, a sensanção de que tudo seria perfeito.
Pais tirando fotos, a loucura alheia, a tranquilidade de sempre do Dóda, o sorriso de sempre do Belin, o amor do Caio e da Cahhh, tudo como deveria ser.
Na hora de entrar na sala de embarque, a despedida dos nossos Pais era como uma carta de alforria, que chegava na hora certa. A espera era longa, então gastávamos o nosso tempo assistindo o jogo do São Paulo na TV, tirando fotos, e até bebendo (sim, já!).
Próximo as 18:00 horas entramos no avião, o que pra mim tinha um motivo a mais de ansiedade, porque eu nunca tinha viajado de avão. Foi tudo tranquilo, mais fotos, brincadeiras, músicas e etc.
Quando chegamos em Porto, a primeira coisa que fiz foi me ajoelhar e beijar o chão, e entendi o que poderia significar aquele gesto. Daí foi só pegar as malas, ir para o Onibus e chegar ao Hotel.
Náutico era o nome do lugar, uma espécie de prolongamento distante da Federal. Chegando lá, olho para o Costela e ele está com um cigarro na boca, aceso, no meio do saguão do Hotel, e eu pergunto:
-Tá louco Costela?!
E ele me responde:
-Maaaaano, aqui é a Bahia, num tem lei anti-fumo não!!!
Na mesma hora peguei meu cigarro, dei um para o Brunão, e acendi pensando:
-Esse lugar é o Paraíso!!
Enquanto todos subiam para a reunião, eu e o Brunão fomos ao campo apagado, só nós dois, nos abraçamos e falamos:
-Essa viagem vai ser do caralho!!!
Depois de uma rápida partida de sinuca, subimos também.
Na reunião foram apenas as recomendações de sempre: Nada de dar trabalho, nada de drogas, cuidado com as chaves do quarto e do cofre, aproveitem a viagem e etc...
Formamos os quartos e fomos tomar banho e nos trocar para a balada que nos aguardava: Alcatraz. Após o jantar e todos prontos, começaram as atividades.
O Fil abriu a sua garrafa de tequila e eu as duas que eu trouxe. Bebi tequila pura, tequila com vodka, tequila com jaggenmeister, os tres juntos, enfim, bebi de tudo.
Estavamos todos no meu quarto, o 134, comemorando a chegada no melhor estilo federal, bebendo e fumando muito. Derrepente o Bambam surge e diz:
-Maaaaanoooo tem uma barraca la na rua que vende absinto e um barato muito bom que chama dez segundos!!! vamo lá!!
Não deixaria uma chance dessas passar, fui cambaleando até lá, e de cara virei um shot de absinto. Pensei: "Chega!! Tá bom senão você nem entra no busão!!". Não adiantou, bebi o tal dos dez segundos, uma mistura de vodka, martini e licor de menta, que se deve beber num canudinho enquanto um baiano grita:
-Vai, vai, vaaaaiii!!!!
Loucura total, ainda bebi o resto de uma batida que alguém me deu.
Fomos todos para a fila, passamos pelo palm da Ziquinha, e entramos no busão. O grito era:
-Porto todo dia, axé, cachaça e putaria!!!!
Nada definiria melhor.
Chegando la, fomos pra pista de funk ou eletronico, nem lembro, só sei que dançamos um pouco e saimos. Quando eu reparei, tinha perdido meu zippo, mas logo achei na pista de dança.
Uma mina me pediu o esqueiro, era uma gorda zuada, mas tinha amigas gostosas. Ela perguntou meu nome, e com dificuldade, eu disse. Elas me conheciam da comunidade de Porto, e chamaram eu e o Salame pra senta e conversa com elas. Quando vi, o Salame pego uma delas, quando vi eu tomei um toco de uma loira maravilhosa, quando vi, eu tava sozinho.
Fui pra pista de dança e achei a galera. Todo mundo muito louco, dançando, tentando pega umas mina, e eu sem condição nenhuma. Aí fiquei sabendo que a Tita tinha pegado uma galera da Federal, aí fui tentar também. Toco!!
Vergonhoso, mas não tem jeito. Aí eu sentei e vi o tempo passa. O Bruno perdendo o boné do Brunão, o Bam pegando uma mina da Federal, o Mara e o Preto dançando loucamente, e eu la zuadasso. Fui embora, num tinha mais o que fazer, tinha que ir pro meu quarto.
No busão quase gorfei várias vezes. Fui direto pro meu quarto, mas não tava mais com vontade de gorfar, então resolvi dormir. Antes fiquei procurando como um idiota o controle da TV que não tinha controle, coisa de bebado.
Tava quase dormindo quando chega o Fil e o Bruno:
-Ow, vamo la na venda compra uma coca?!
-Beleza!! - eu respondi
Levantei e fui com eles. Na hora que eu estava passando pela entrada do hotel, eu senti o gorfo na garganta. olhei pra lata de lixo, num dava, olhei pra rua e estava muito longe, daí gorfei na grama da entrada mesmo. Saí correndo pra venda, pra nenhum monitor me enxer o saco.
Depois só voltei, dei uma desculpa que eu tava com dor de barriga e fui durmir.
Eu estava morto, mas feliz.
Comecei bem a viagem...

1 comentários:

  1. Belin says:

    Poooorraaaa que saudade. <3

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