Diário de Bordo de Porto Seguro - Dia 4

Posted: quinta-feira, 28 de outubro de 2010 by Thulio23 in
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Quarta 28/10/2010

Acordei nesse dia um pouco mais tarde, mesmo tendo um passeio pela manhã, não estava com saco nem ânimo para acordar cedo, então deixei esse passeio de lado, e depois descobri que eu não era o único. Chegando na piscina encontrei o Renatão, Maradona, Paiva, Belin e mais algumas pessoas. Como eu acordei muito tarde, o café da manhã já tinha acabado, então preferi segurar até a hora do almoço.
Ficamos um tempo zuando na piscina e na mesa de sinuca. Foi muito relaxante, porque não tinha quase ninguém além da gente no hotel, por isso tinhamos o espaço só para nós. Entre cigarros e tacadas, haviam as lembraças dos outros dias, e ainda alguns planos, afinal tinhamos passado apenas metade da semana lá, muita coisa poderia acontecer.
Quando o pessoal chegou, todos se espalharam para o almoço, mas alguns de nós se reuniram para irmos juntos almoçar. Eu, Costela, Dóda, Bambam, Belin, Maradona (e mais alguns) decidimos ir até uma pousada perto do Náutico, que servia um almoço legal. Chegamos, pegamos umas mesas na parte aberta, que tinha um jardinzinho, e sentamos esperando a comida. Que eu me lembre, até hoje, foi o almoço mais agrádavel que eu tive até hoje, porque, apesar da demora de uma hora e meia para chegar a comida, o lugar estava muito confortável, todos estavam conversando juntos, rindo juntos e apenas sobre besteiras, esquecendo tudo o que pertencia a São Paulo, vivendo o momento. Muitos cigarros depois, chegou o nosso almoço, que estava uma delícia (não sei se a espera fez isso, ou se realmente estava bom).
Quando era umas 15:30, todos foram para o meu quarto, o 134. Sentamos na salinha do quarto, ligamos o ar condicionado, e ficamos falando o que já tinha acontecido lá. Depois de muito tempo batendo as cinzas do cigarro no chão, alguém disse:
-Caralho hein, num tem nenhum cinzeiro nessa porra?!?! - Não lembro quem era, mas pelo palavreado "fino", deveria ser o Costela.
Na mesma hora o Bam levantou, foi até o jardinzinho do lado de fora do quarto, pegou uma pedra, voltou e colocou no chão dizendo:
-Tá aí, pode bater as cinzas ae!!
Todo mundo começou a dar risada daquela insanidade, mas mesmo achando ridículo, a pedra acabou virando o cinzeiro.
Muita merda falada depois, o pessoal dispersou, mas eu estava tão cansado que acabei caindo no sono ali mesmo, e fui acordar só as 19:00.
Quando me levantei e sai do quarto, o corredor estava um caos. Era menina correndo atrás de bermuda, os meninos indo atrás de saia, e foi aí que eu entendi o que acontecia, era a festa do contrário. Na mesma hora fui até o quarto da Vivi e perguntei:
-Alguém aí tem alguma roupa que sirva em mim?!
A Vivi deu risada, e falou:
-Bom, as minhas são sem chance!!
Aí a Ana falou:
-Espera ae que eu vou ver se tem alguma coisa minha aqui.
Enquanto ela procurava, eu fui na mala da Rafa ver se achava alguma coisa, afinal, ela era a maiorzinha que eu conhecia. Acabei achando um shorts verde, daqueles que só se usa para ir a praia, mas pra mim tava lindo!! Depois que vesti aquele shorts, a Ana me chamou. Ela tinha encontrado uma camiseta dela que esticava, e muito, então servia em mim. O mais difícil eu tinha arranjado, agora era a hora do fácil. Peguei alguns adornos da Ana, meu Crocs colorido, baixei meu moicano, coloquei o maço no bolso do shortinho, e pronto, era uma gorda com cara de safada quase perfeita!!. Quase porque ainda faltava alguma coisa, e a Litza fez o favor de acrescentar, me fazendo uma maquiagem carregada. Agora sim, não era só uma gorda com cara de safada, era uma gorda com cara de puta mesmo.
Antes da janta ainda ficamos bebendo e zuando no corredor. Juro por tudo que em 5 minutos, e em 10 metros percorridos, vi a Rafa pegando uns 3 muleques. Esta festa acabou sendo a desculpa perfeita para as meninas chegarem nos meninos, e foi o que aconteceu. Por incrível que pareça, a festa mais fácil de se pegar alguem em Porto era a festa do contrário!! Todas elas estavam atiçadas, e quanto mais gay o menino estava, mais elas achavam engraçado e queriam pegar.
Na hora da janta foi um festival de fotos, e todo mundo comendo bem para as duas baladas da noite. Depois da janta sobrou um tempinho para beber, e foi isso que fomos fazer. Quando tava todo mundo meio alegre, era a hora de ir para o Axé Moi curtir a festa. No caminho começou a chover e o que mais se ouvia das "meninas" era
-Ai minha maquiagem, ai meu cabelo, vo fica toda zuada!
Me lembro claramente de no meio do caminho o Brunão começar a gritar:
-Eu sou muito puta puta puta puta...
E nisso todos os meninos vestidos de mulher começaram a cantar no couro. Todos estavam dando risada demais. No Axé Moi foi pegação e brincadeiras de todos os lados. Lembro de ver a Ana completamente bebada no ombro do Jão, dos meninos dançando axé de uma maneira ridicula, do Tamborrino parecendo e muito uma menina, enfim, tudo aquilo que esperamos dessa viagem. Ficamos no Axé Moi até as 11:00, depois voltamos para o hotel para nos desmontarmos.
No hotel, eu fui direto para o quarto da Vivi, devolver as roupas da Ana, mas ela não estava, só a Vivi mesmo. Comecei a conversar com ela, para ver se ela estava tranquila, e percebi que ela estava bem melhor, e que já até pensava em ficar com um menino. Fiquei feliz por ela, e enquanto estávamos conversando, entrou a ana e se jogou na cama. Ela começou a falar que nenhum menino chegou nela, que ela não conseguia pegar ninguém, e eu só ficava pensando "puta que pariu, eu pegava!!". Mesmo ela não sendo muito gata, a gente tava em Porto, e eu tava aguentando qualquer merda. Depois disso tudo ela tira a samba canção e a camiseta que ela estava e joga em mim falando:
-Devolve isso pro Casquel!!
Eu olhei pra Vivi, e só no olhar ela entendeu o que eu pensei, que era: "ela vai tira a roupa mesmo?". Ela virou de barriga pra cima, abaixou a calcinha, tirou um bolo de papel que ela tinha colocado pra fingir que era uma rola e jogou em cima de mim de novo falando:
-Isso também é dele!!
Por respeito a ela, que estava bebada, e a Vivi que é amiga dela, eu tentei não ver na hora, mas também não posso dizer que não vi nada. Fora que o bolo de papel quase caiu na minha cara.
Bom, depois dessa sessão bizarrice, eu devolvi todas as roupas e fui tomar outro banho para ir para a Transilvania, a segunda balada do dia. Enquanto alguns terminavam de se trocar e tomar banho, o Costela chegou, totalmente embreagado. Foi a primeira vez que eu o vi daquele jeito, e foi muito engraçado. Não lembro de tudo o que ele fez, mas lembro que ele mostro a rola para a Rafa, ligou para a "reposição" (recepção), tomou alguns tombos, entre outras coisas. Foi por isso que ele acabou sendo o Batman do quarto dia.
Com todos prontos, pegamos o Onibus para a Transilvania. Provavelmente a balada mais foda, a entrada era estilo "noites do terror" do Playcenter. Entramos e fomos para a pista de dança de eletronico. Cara, uma das cenas mais engraçadas da minha vida foi ver uma menina chegando no Porto e perguntando se ele queria ficar com a amiga dela, uma gordinha zuadassa, e ele respondeu que não dando muita risada, muita mesmo. Foi uma mancada enorme, mas todo mundo deu risada na hora. Outra cena engraçada foi ver o Moreira pegando a Lasanha com ela no colo, dançando, no meio da balada, mas com ele em pé!! Foi estranho demais, e acabou até criando a "Dança do Moreira". Depois que saímos de lá, fomos para a pista de black e funk. Eu pirei com os blacks, pois sempre gostei de algumas daquelas músicas. Em um momento o Belin veio dançar comigo, mas só depois fiquei sabendo que ele tava dançando sozinho, encarando uma menina muito gata, e ela dando mole pra ele, mas depois ele olhou para mim e achou uma melhor idéia ir dançar comigo. Depois de um tempo, começaram os Funks, e eu vi o Brunão me chamando pro lado de fora da pista. Ele me disse que não tava muito bem, que estava com um pouco de tontura, e pediu para eu ficar ali com ele. O Dóda e a Vivi chegaram depois, e me ajudaram a acudir ele. Aos poucos a respiração dele foi ficando mais forte e ofegante, e ele começou a ficar mais tonto. Perguntei se ele queria ir para o ponto de apoio, e ele disse com muita dificuldade que sim, então eu apoiei de um lado, e a Vivi do outro, para leva-lo para lá. Depois de uns passos, ele parou, e quase desmaiou. Quando ele ia cair eu gritei:
-Vivi, solta ele!!
Ela o soltou e eu já o levantei. Nos momentos de desespero arranjamos forças de todos os lados para isso, e eu fui carregando ele até o ponto de apoio, enquanto ele ia piorando, e tussindo muito. Quando chegamos no ponto de apoio, os monitores perguntaram se ele tinha usado algumas droga ou bebido, e nós respondemos que não, e realmente naquele dia ele tinha ficado de boa. Eles disseram que ele teria que ser levado até o hospital, e que só um de nós poderia ir com ele. Eu iria, mas a Vivi pediu muito para ela ir, e com receio eu deixei. Até hoje não sei porque deixei ela ir com ele, mas acabou sendo o certo.
O resto da balada para mim foi uma merda, não conseguia curtir e só me preocupava e tentava ligar para eles, mas nada de atenderem o cel. Acabou que lá para as 3:00 da manhã eu e o Bam fomos embora. No hotel, sentamos nas mesas do bar da piscina, esperando eles chegarem. Quando era umas 3:30 da manhã ele chega apoiado na Vivi, com cara de cansaço, e foi aí que eu soube o que aconteceu.
No caminho, o Brunão sofreu uma parada respiratória, e ninguém sabia o que fazer. Ele não reagia, e nem respirava, foi aí que no desespero, a Vivi socou o peito dele, e ele voltou a respirar. Ele acabou conseguindo chegar vivo até o hospital de um dos hotéis, e lá o médico deu um anti-alérgico para ele. Até hoje não se sabe a causa daquilo, mas lembro daquele dia como um dos mais tensos da minha vida.
Depois de conversarmos mais um pouco e ouvirmos das pegações da festa do contrário, todos resolveram ir para os quartos descansar.
Depois de um dia tenso desses, durmir era ótimo!!
Ainda estava só na metade da viagem, e muita coisa iria acontecer...

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